Rosas, pequenos textos de Santa Teresinha..

ROSAS

São pequenos textos da Santa Teresinha que podem ser lidos ou meditados pessoalmente ou em grupo, em Orações ou Vigílias.


Primeira Comunhão

Na véspera do grande dia, recebi a absolvição pela segunda vez. A minha confissão geral deixou-me uma grande paz na alma, e Deus não permitiu que a mais ligeira nuvem a viesse perturbar. De tarde pedi perdão a toda a família, que me veio visitar; mas não pude falar senão com as minhas lágrimas, pois estava emocionada demais[...]




Chegou finalmente o mais belo dos dias! Que inefáveis recordações deixaram na minha alma os mais pequenos pormenores desse dia do Céu!... O alegre despertar da aurora, os beijos respeitosos e ternos das mestras e das companheiras mais velhas...; o salão cheio de flocos de neve com que cada menina era vestida...; e sobretudo a entrada para a capela e o canto matinal da linda canção: «Ó Altar santo que os Anjos rodeiam!»




Mas não quero entrar em pormenores. Há coisas que perdem o seu perfume quando expostas ao ar; há pensamentos da alma que não se podem traduzir em linguagem da terra sem perderem o sentido íntimo e celeste; são como aquela «Pedra branca que será dada ao vencedor, sobre a qual está escrito um nome que ninguém conhece, a não ser aquele que a recebe». Ah! como foi doce o primeiro beijo de Jesus à minha alma!...




Foi um beijo de amor. Sentia-me amada e dizia por minha vez: «Eu amo-Vos! Dou-me a Vós para sempre!» Não houve pedidos, nem lutas, nem sacrifícios. Desde há muito, Jesus e a pobre Teresinha tinham-se olhado e tinham-se compreendido... Nesse dia já não era um olhar, mas uma fusão, já não eram dois: a Teresa desaparecera como a gota de água que se perde no oceano. Só ficava Jesus, como dono, como Rei.




(História de uma Alma, Ms A 34v-35rº)










Um Caminhito Completamente Novo






Bem sabeis, minha Madre, que sempre desejei ser santa.




Mas, ai de mim! sempre verifiquei, ao comparar-me com os Santos, que há entre eles e eu a mesma diferença que existe entre uma montanha, cujo cume se perde nos céus, e o obscuro grão de areia pisado pelos pés dos caminhantes. Em vez de desanimar, disse para comigo: Deus não pode inspirar desejos irrealizáveis. Posso, portanto, apesar da minha pequenez, aspirar à santidade. Fazer-me crescer a mim mesma é impossível; tenho de suportar-me tal como sou, com todas as minhas imperfeições. Mas quero procurar a maneira de ir para o Céu por um caminhito muito direito, muito curto; um caminhito completamente novo.




(História de uma Alma, Ms C 2vº)








Se alguém for pequenino...




Estamos num século de invenções.




Agora já não se tem a maçada de subir os degraus de uma escada; em casa dos ricos o ascensor substitui-a vantajosamente. Eu queria também encontrar um ascensor que me elevasse até Jesus, porque sou demasiado pequena para subir a rude escada da perfeição. Então, procurei nos Livros Sagrados a indicação do ascensor — objecto do meu desejo —, e li as estas palavras saídas da boca da Sabedoria eterna: Se alguém for pequenino, venha a mim.




Então, aproximei-me, adivinhando que tinha encontrado o que procurava, e querendo saber, ó meu Deus!, o que faríeis ao pequenino que respondesse ao vosso apelo. Continuei as minhas buscas, e eis o que encontrei: — Como uma mãe acaricia o seu filho, assim eu vos consolarei; levar-vos-ei ao colo e embalar-vos-ei nos meus joelhos! Ah!, nunca palavras tão ternas e tão melodiosas me vieram alegrar a alma.




O ascensor que me há-de elevar até ao Céu, são os vossos braços, ó Jesus! Para isso não tenho necessidade de crescer; pelo contrário, é preciso que eu permaneça pequena, e que me torne cada vez mais pequena. Ó meu Deus! excedestes a minha esperança, e eu quero cantar as vossas misericórdias.




(História de uma Alma, Ms C 3rº)








Boa Vontade






Tu fazes-me pensar numa criancinha que começa a erguer-se de pé, mas que ainda não sabe caminhar. Querendo a todo o custo subir ao alto duma escada para estar com a sua mamã, levanta o pézito para subir o primeiro degrau. Mas é um esforço inútil! Cai uma e outra vez, sem chegar a avançar. Muito bem: aceita ser essa criança. Pela prática de todas as virtudes, levanta sempre o teu pézito para subires a escada da santidade. Não conseguirás subir o primeiro degrau sequer. Mas o que Deus apenas te pede é a tua boa vontade. Do alto da escada Ele olha-te com amor. Rapidamente vencido pelos teus inúteis esforços, Ele-mesmo baixará e tomando-te nos seus braços, levar-te-á para sempre para o seu reino, onde jamais te afastarás dEle. Mas se não chegares a levantar o teu pézito Ele deixar-te-á muito tempo na terra.




(Caderno Vermelho, escrito pela Irmã Maria da Trindade)








Desejo ser Santa






Ó meu Deus! Trindade Bem-aventurada!




Desejo amar-Vos e fazer‑Vos amar, trabalhar pela glorificação da Santa Igreja, salvando as almas que estão na terra, e libertando as que estão no Purgatório. Desejo cumprir plenamente a vossa vontade, e chegar ao grau de glória que me preparastes no vosso Reino; numa palavra, desejo ser santa. Mas conheço a minha impotência, e peço-Vos, ó meu Deus, que sejais Vós mesmo a minha Santidade.




Já que Vós me amastes até me dardes o vosso Filho único para ser o meu Salvador e o meu Esposo, os tesouros infinitos dos seus méritos são meus: ofereço-Vo-los com alegria, suplicando-Vos que não olheis para mim senão através da Face de Jesus e no seu Coração ardente de Amor.




(Oração 6: 1-2)










O Pequeno Passarinho






O passarinho quereria voar para o Sol brilhante que lhe fascina o olhar;




quereria imitar as Águias, suas irmãs, que vê elevarem-se até ao fogo divino da Santíssima Trindade... Pobre dele! tudo quanto pode fazer é agitar as suas pequenas asas; mas levantar voo, isso não está no seu pequeno poder! Que será dele? Morrerá de desgosto, ao ver-se impotente?... Oh, não! o passarinho nem sequer se vai afligir. Com um audacioso abandono, quer ficar a fixar o seu divino Sol. Nada seria capaz de o assustar, nem o vento nem a chuva; e se nuvens sombrias chegam a esconder o Astro do Amor, o passarinho não muda de lugar, pois sabe que para além das nuvens o seu Sol brilha sempre, e que o seu brilho não se poderia eclipsar nem por um instante sequer.




É verdade que às vezes o coração do passarinho se vê acometido pela tempestade; parece-lhe não acreditar que existe outra coisa, a não ser as nuvens que o envolvem. É então o momento da alegria perfeita para a pobre e débil criaturinha. Que felicidade para ela, permanecer ali, apesar de tudo, e fixar a luz invisível que se esconde à sua fé!!!...




Jesus, até agora compreendo o teu amor para com o passarinho pois ele não se afasta de Ti. Mas eu sei, e Tu também o sabes, muitas vezes a imperfeita criaturinha, ficando embora no seu lugar (isto é, sob os raios do Sol), deixa‑se distrair um pouco da sua única ocupação; apanha um grãozito à direita e à esquerda, corre atrás de um vermezito... Depois, encontrando uma pocita de água, molha as penas ainda mal formadas; quando vê uma flor que lhe agrada o seu espírito entretém-se com essa flor... Enfim! não podendo pairar como as Águias, o pobre passarinho entretém-se ainda com as bagatelas da terra. Não obstante, depois de todas as suas travessuras, em vez de se ir esconder num canto para chorar a sua miséria e morrer de arrependimento, o passarinho volta-se para o seu Bem‑amado Sol, expõe as asitas molhadas aos seus raios benfazejos, geme como a andorinha e, no seu doce cantar, confia, conta em pormenor as suas infidelidades, pensando, no seu temerário abandono, conseguir assim maior influência e atrair mais plenamente o amor d’Aquele que não veio chamar os justos mas os pecadores... Se o Astro Adorado continuar surdo ao chilrear plangente da sua criaturinha, se permanecer velado..., pois bem: a criaturinha continua molhada, aceita ficar transida de frio, e ainda se alegra com esse sofrimento que, aliás, mereceu...




Ó Jesus! como o teu passarinho está contente por ser débil e pequeno. Que seria dele se fosse grande?... Nunca teria a audácia de aparecer na tua presença, de dormitar diante de Ti... Sim, aí está mais uma fraqueza do passarinho: quando quer fixar o Divino Sol, e as nuvens o impedem de ver um único raio, contra sua vontade os seus olhitos fecham-se, a sua cabecinha esconde-se debaixo da asita, e a pobre criaturinha adormece, julgando fixar ainda o seu Astro Querido. Ao acordar, não fica desolado, o seu coraçãozinho fica em paz, e recomeça o seu ofício de amor. Invoca os Anjos e os Santos que se elevam como Águias em direcção ao Fogo devorador, objecto do seu desejo.




E as Águias, compadecendo-se do seu irmãozinho, protegem-no, defendem-no, e põem em fuga os abutres que o queriam devorar. Os abutres, imagem do demónio, o passarinho não os teme, pois não está destinado a ser presa deles, mas da Águia que contempla no centro do Sol do Amor.




Por tanto tempo quanto quiseres, ó meu Bem-amado, o teu passarinho ficará sem forças e sem asas; permanecerá sempre com os olhos fixos em Ti. Quer ser fascinado pelo teu divino olhar, quer tornar‑se a presa do teu Amor... Um dia, assim o espero, Águia adorada, virás buscar o teu passarinho e, subindo com ele para o Fogo do Amor, mergulhá‑lo‑ás eternamente no ardente Abismo desse Amor, ao qual se ofereceu como vítima...




(História de uma Alma, Ms B 5rº-vº)








A Oração levanta o Mundo






Um sábio disse:




«Dai-me uma alavanca, um ponto de apoio, e levantarei o mundo». O que Arquimedes não pôde obter, porque o seu pedido não se dirigia a Deus, e por não ser feito senão sob o ponto de vista material, os Santos obtiveram-no em toda a plenitude: o Todo-poderoso deu-lhes, como ponto de apoio: Ele mesmo e Ele só; e como alavanca: a oração, que abrasa com fogo de amor. E foi assim que levantaram o mundo; é assim que os santos que ainda militam na terra o levantam, e que, até ao fim do mundo, os futuros santos o levantarão também.




(História de uma Alma, Ms C 36rº-vº)








Lançar Flores






Sim, meu Bem-amado!




Assim se consumirá a minha vida... Não tenho outro meio de Te provar o meu amor, senão o de lançar flores, isto é, não deixar escapar nenhum pequeno sacrifício, nenhum olhar, nenhuma palavra; aproveitar todas as mais pequenas coisas e fazê-las por amor... Quero sofrer por amor e gozar por amor. Assim lançarei flores diante do teu trono. Não encontrarei nenhuma sem a desfolhar para Ti...




(História de uma Alma, Ms B 4rº-vº)








O Fogo do Amor






Celina, Deus não me pede já nada...




No princípio pedia-me uma infinidade de coisas. Pensei durante algum tempo, visto que Jesus não me pedia nada, que agora era preciso caminhar suavemente na paz e no amor fazendo somente o que Ele me pedisse... Mas tive uma luz. Santa Teresa diz que é preciso alimentar o amor. A lenha não se encontra ao nosso alcance quando estamos nas trevas, na aridez, mas não estaremos ao menos obrigadas a lançar nele algumas palhinhas? Jesus é suficientemente poderoso para conservar sozinho o fogo, todavia fica contente por nos ver alimentá-lo, é uma delicadeza que Lhe agrada e então lança Ele no fogo muita lenha, nós não o vemos mas sentimos a força do calor do amor. Tenho feito disto a experiência, quando não sinto nada, quando sou incapaz de rezar, ou de praticar a virtude, é então o momento de procurar pequenas ocasiões, nadas que dão gosto, mais gosto a Jesus do que o império do mundo ou mesmo do que o martírio sofrido generosamente, por exemplo, um sorriso, uma palavra amável quando teria vontade de não dizer nada ou de mostrar um ar aborrecido, etc., etc.




(Carta 143)








O Divino Prisioneiro






Como ter medo d’Aquele que Se deixa prender por um cabelo que esvoaça no nosso pescoço!...




Saibamos pois conservar prisioneiro este Deus que Se faz mendigo do nosso amor. Ao dizer-nos que um só cabelo pode realizar este prodígio, mostra-nos que as mais pequenas acções feitas por amor são as que Lhe cativam o coração...




Ah! se fosse preciso fazer grandes coisas, quanto seríamos para lastimar?... Mas como somos felizes visto que Jesus se deixa prender pelas mais pequeninas...




(Carta 191)








Amor, a chave da vocação






Considerando o corpo místico da Igreja, não me tinha reconhecido em nenhum dos membros descritos por S. Paulo; ou melhor, queria reconhecer-me em todos… A caridade deu‑me a chave da minha vocação. Compreendi que se a Igreja tinha um corpo composto de diversos membros, o mais necessário, o mais nobre de todos não lhe faltava: compreendi que a Igreja tinha um coração, e que esse coração estava ardendo de amor. Compreendi que só o Amor fazia agir os membros da Igreja; que se o Amor se apagasse, os apóstolos já não anunciariam o Evangelho, os mártires recusar-se-iam a derramar o seu sangue... Compreendi que o Amor encerra todas as Vocações, que o Amor é tudo, que abarca todos os tempos e todos os lugares... numa palavra, que é Eterno!...




(História de uma Alma, Ms B 3vº)








Acto de oferenda ao amor misericordioso






Ó meu Deus! Trindade Bem-aventurada! Desejo amar-Vos e fazer‑Vos amar, trabalhar pela glorificação da Santa Igreja, salvando as almas que estão na terra, e libertando as que estão no Purgatório. Desejo cumprir plenamente a vossa vontade, e chegar ao grau de glória que me preparastes no vosso Reino; numa palavra, desejo ser santa. Mas conheço a minha impotência, e peço-Vos, ó meu Deus, que sejais Vós mesmo a minha Santidade.




Já que Vós me amastes até me dardes o vosso Filho único para ser o meu Salvador e o meu Esposo, os tesouros infinitos dos seus méritos são meus: ofereço-Vo-los com alegria, suplicando-Vos que não olheis para mim senão através da Face de Jesus e no seu Coração ardente de Amor.




Ofereço-Vos também todos os méritos dos Santos (que estão no Céu e na terra), os seus actos de Amor, e os dos Santos Anjos. Finalmente, ofereço-Vos, ó Bem-aventurada Trindade, o Amor e os méritos da Santíssima Virgem, minha querida Mãe: é a ela que entrego o meu oferecimento, pedindo-lhe que Vo-lo apresente.




O seu divino Filho, meu Esposo Bem-amado, nos dias da sua vida mortal, disse-nos: «Tudo o que pedirdes ao meu Pai em meu nome, Ele vo-lo concederá!». Tenho, portanto, a certeza de que atendereis os meus desejos.




Bem sei, ó meu Deus, quanto mais quereis dar, mais fazeis desejar. Sinto no meu coração desejos imensos, e é com confiança que Vos peço que venhais tomar posse da minha alma. Ah! não posso receber a Sagrada Comunhão tantas vezes quantas desejo, mas, Senhor, não sois Todo-poderoso?... Ficai em mim, como no Sacrário. Nunca Vos afasteis da vossa hostiazinha...




Quereria consolar-Vos da ingratidão dos maus, e suplico-Vos que me tireis a liberdade de Vos desagradar. Se, por fraqueza, cair algumas vezes, que logo o vosso divino olhar purifique a minha alma, consumindo todas as minhas imperfeições, como o fogo, que transforma em si próprio todas as coisas...




Agradeço-Vos, ó meu Deus, por todas as graças que me concedestes, especialmente por me terdes feito passar pelo crisol do sofrimento. Será com alegria que Vos contemplarei no último dia, levando o ceptro da Cruz. Já que Vos dignastes dar-me em herança esta Cruz tão preciosa, espero parecer-me convosco no Céu, e ver brilhar no meu corpo glorificado os sagrados estigmas da vossa Paixão... Depois do exílio da terra, espero ir gozar de Vós na Pátria, mas não quero acumular méritos para o Céu, quero trabalhar só por vosso Amor, com o único fim de Vos agradar, de consolar o vosso Coração Sagrado, e de salvar almas que Vos amarão eternamente.




Na noite desta vida, aparecerei diante de Vós com as mãos vazias, pois não Vos peço, Senhor, que conteis as minhas obras. Todas as nossas justiças têm manchas aos vossos olhos. Quero, portanto, revestir-me com a vossa própria Justiça, e receber do vosso Amor a posse eterna de Vós mesmo. Não quero outro Trono, nem outra Coroa, senão Vós, ó meu Bem-amado!...




Aos vossos olhos, o tempo não é nada: um só dia é como mil anos; podeis, portanto, num instante, preparar-me para aparecer diante de Vós...




A fim de viver num acto de perfeito Amor, ofereço-me como vítima de holocausto ao vosso amor misericordioso, suplicando-Vos que me consumais sem cessar, deixando transbordar para a minha alma as ondas de ternura infinita que estão encerradas em Vós, e que assim eu me torne Mártir do vosso Amor, ó meu Deus!...




Que este Martírio, depois de me ter preparado para aparecer diante de Vós, me faça, enfim, morrer, e que a minha alma se lance, sem demora, no eterno abraço do vosso Amor misericordioso...




Quero, ó meu Bem-amado, a cada palpitação do meu coração, renovar-Vos este oferecimento um número infinito de vezes, até ao momento em que, desvanecidas as sombras, possa reafirmar-Vos o meu Amor num face-a-face eterno!...








A caridade perfeita






Ah! compreendo agora que a caridade perfeita consiste em suportar os defeitos dos outros, em não se escandalizar com as suas fraquezas, em edificar-se com os mais pequenos actos de virtude que se lhes vir praticar; mas compreendi, sobretudo, que a caridade não deve ficar encerrada no fundo do coração: «Ninguém, disse Jesus, acende uma candeia para a colocar debaixo do alqueire, mas coloca-a sobre o candelabro para alumiar todos os que estão em casa». Creio que essa luz representa a caridade, que deve iluminar e alegrar, não só os que são mais queridos, mas todos aqueles que estão em casa, sem exceptuar ninguém.




(História de uma Alma, Ms C 12rº)








A Rainha do Céu






Sabemos muito bem que a Santíssima Virgem é a Rainha do Céu e da terra, mas ela é mais mãe do que rainha, e não se deve dizer, por causa dos seus privilégios, que ela eclipsa a glória dos santos todos, como o sol, ao surgir, faz desaparecer as estrelas. Meu Deus! que estranho! Uma Mãe que faz desaparecer a glória dos filhos! Eu, por mim, penso absolutamente o contrário; acredito que ela engrandecerá muito o esplendor dos eleitos.




Está certo falar dos seus privilégios, mas não se deve dizer apenas isso e se, num sermão, somos obrigados do princípio ao fim, a exclamar Ah! Ah!, já chega! Quem sabe se alguma alma não irá sentir até um certo afastamento em relação a uma criatura de tal maneira superior, e não pensará: «Se é assim, mais vale ir brilhar conforme se puder em qualquer outro cantinho!»




O que a Santíssima Virgem tem a mais do que nós, é que não podia pecar, estava isenta do pecado original; mas, por outro lado, teve muito menos sorte do que nós, porque não teve uma Santíssima Virgem para amar. É uma doce consolação a mais para nós, e a menos para ela!




(Últimos Conselhos, 21.VIII.3)










A Justiça de DEUS






Sei que é preciso ser muito puro para aparecer diante de Deus de toda a Santidade, mas também sei que o Senhor é infinitamente justo e esta justiça que assusta tantas almas é a razão da minha alegria e confiança. Ser justo, não é somente exercer a severidade para castigar os culpados, é também reconhecer as intenções rectas e recompensar a virtude. Espero tanto da justiça de Deus como da sua misericórdia. É porque é justo que «Ele é compassivo e cheio de doçura, lento para a ira e cheio de misericórdia. Porque conhece a nossa fragilidade, lembra-Se de que não somos senão barro. Como um pai sente ternura pelos filhos, assim o Senhor tem compaixão de nós» [...]




Aqui tendes, meu Irmão, o que penso sobre a justiça de Deus, o meu caminho é todo de confiança e de amor, não compreendo as almas que têm medo de um Amigo tão terno. Às vezes quando leio certos tratados espirituais em que a perfeição é apresentada através de inúmeras dificuldades, rodeada por uma quantidade de ilusões, a minha pobre inteligência cansa-se muito depressa, fecho o sábio livro que me quebra a cabeça e me seca o coração e pego na Sagrada Escritura. Então tudo me parece luminoso, uma só palavra revela à minha alma horizontes infinitos, a perfeição parece-me fácil, vejo que basta reconhecer o próprio nada e abandonar-se como uma criança nos braços de Deus.




Deixando às almas grandes, às grandes inteligências, os belos livros que não posso compreender, e ainda menos pôr em prática, regozijo-me por ser pequenina visto que só as crianças e os que se assemelharem a elas serão admitidas ao banquete celestial. Sinto-me muito feliz por haver várias moradas no reino de Deus, porque se houvesse apenas aquela cuja descrição e caminho me parecem incompreensíveis, não poderia lá entrar.




(Carta 226, de 9.V.1897, ao P. Roulland)

Fonte:  http://www.carmelitas.pt/teresinha/rosas.html

Pétalas - Pequenas frases ou ensinamentos de Santa Teresinha

«Depois da minha Morte farei descer uma Chuva de Rosas.»


PÉTALAS


São pequenas Frases ou Ensinamentos de Santa Teresinha.




» Tudo é graça.

» Amo tanto a Deus que desejo poder dar-lhe prazer sem que Ele saiba que sou eu.

» Não espero na terra qualquer retribuição: faço tudo por Deus.

» Quando estiver no Céu, chamar-vos-ei depressa...

» Não é a morte que virá buscar-me, é Deus.

» Do Evangelho fiz o meu tesouro mais precioso.

» A vontade de Deus é que eu lute até à morte.

» Deus absorver-me-á como uma gotinha de orvalho.

» Lutemos sempre, mesmo sem esperança de ganhar a batalha.

» Oh! Bem-aventurado silêncio que tanta paz traz à alma!

» Ser carmelita; ser pela minha união convosco mãe das almas: essa é a minha vocação.

» Eu sempre quis ser santa.

» Deus apenas te pede que te deixes amar.

» Deus não tem necessidade das nossas obras, mas do nosso amor.

» Viver de amor é dissipar o medo e a recordação das faltas passadas.

» A oração é um impulso do coração.

» Oh! Que grande é o poder da oração!

» Dir-se-ia que na oração és como uma rainha que tem livre acesso ao Rei e que dele podes alcançar tudo o que pedires!

» Deus é tão rico que me dá abundantemente o que lhe peço.

» A minha vocação é o amor!

» Como é doce chamar a Deus nosso Pai!

» A vida é um tesouro!

» Eu escolhi ensinar a amar o Amor.

» quero ensinar a amar o Amor; quero infundir esperança.

» Eu não posso ter medo de um Deus, que por mim se fez pequenino.

» Vim para salvar almas. E rezar pelos sacerdotes.

» Nunca me apoio nos meus próprios pensamentos.

» Deus quer que me abandone como uma criança.

» A caridade não deve ficar fechada no fundo do coração.

» Viver de amor é dar sem medida, sem reclamar salário aqui na terra.

» Deus não pode inspirar desejos irrealizáveis.

» Quero encontrar maneira de ir par ao Céu por um caminhinho muito direito, muito curto.

» Eu faço como as crianças que não sabem ler: digo a Deus o que Lhe quero dizer, sem compor belas frases.

» Muitas vezes, sem o sabermos, as graças que recebemos são devidas a uma alma escondida.

» No coração da Igreja, minha mãe, eu serei o amor!

» Uma alma abrasada em amor não pode permanecer inactiva.

» Um coração que ama trabalha com amor.

» Compreendi que o Amor encerra todas as vocações.

» O Amor é tudo.

» O Amor é eterno.

» A caridade perfeita consiste em suportar os defeitos dos outros.

» Deus nunca me abandonou.

» Deus não me abandonará.

» Estou unida Àquele a quem amei com todas as forças.

» Meu Deus, amo-vos!

» Não me arrependo de me haver entregue ao Amor.

» Haverá alma mais pequena e mais impotente que a minha?

» O mérito não consiste em dar muito, mas em amar muito.

» Como é fácil agradar a Jesus, basta amá-L’o!

» Não é para o primeiro lugar, mas para o último que eu corro.

» Sou filha de Maria.

» A Virgem Santíssima é mais Mãe que Rainha.

» A Santíssima Virgem teve menos que nós, porque não teve uma Santíssima Virgem para amar!

» Ó Mãe bem-amada, apesar da minha pequenez, como tu possuo em mim o Omnipotente.

» A Santíssima Virgem nunca estará escondida para mim, porque a amo muito.

» Ó Divina Eucaristia! Ó Mistério Sagrado! Que o Amor produziu...

» Já não receio os pavores da noite.

» Na noite desta vida aparecerei diante de Vós com as mãos vazias.

» Não recusemos nada a Jesus. Um dia Ele nos dirá: «Agora é a minha vez»!

» É tão doce ajudar Jesus, pelos nossos sacrifícios, salvar almas.

» O meu caminho é todo confiança e amor.

» Não compreendo as almas que têm medo de um Amigo tão terno.

» Não tenho outro modo de Vos provar o meu amor senão ode Vos atirar flores.

» Desejaria ter sido missionária desde a criação do mundo até ao fim dos séculos.

» Amar é tudo dar e dar-se a si mesmo.

» Nada fica nas minhas mãos. Tudo o que tenho,  tudo o que ganho é para a Igreja e para as almas.

» Nunca direi a Deus senão amor, por isso Ele devolve-me Amor.

» Nós, que corremos pelo caminho do Amor, não devemos pensar no que nos pode acontecer de doloroso no futuro.

» Não me considero uma grande santa! Considero-me uma santa pequenina. Penso que deus quis pôr em mim coisas que fazem bem a mim e aos outros.

» Se os Anjos varressem o Céu, a poeira seria feita de diamantes.

» Deus terá de satisfazer todos os meus desejos no Céu.

» A minha missão vai começar, a missão de fazer amar a Deus como eu O amo, de dar às almas o meu pequeno caminho.

» Quero passar o meu Céu a fazer bem á terra.

» Não posso descansar enquanto houver almas para salvar.

» Deus não me daria este desejo de fazer o bem sobre a terra depois da minha morte, se não quisesse realizá-lo.

» Só no Céu veremos a verdade de todas as coisas.

» Sou uma alma pequenina que Deus cumulou de graças.

» Como gostaria de ter sido sacerdote para pregar sobre a Santíssima Virgem. Os pregadores apresentam-na inacessível; deviam mostrá-la imitável.

» Que seria de mim se Deus não me desse força?

» O que mais me agrada é o que Deus quer e escolhe para mim.

» Não me arrepende de me ter entregue ao Amor.

» Não é «a morte» que virá buscar-me, é Deus.

» A Santíssima Virgem cuida bem dos meus recados; hei-de confiar-lhe outros numa próxima vez.

» Se soubesse como Deus é bom para comigo! Mas se Ele fosse um bocadinho menos bom,


continuava a achá-l'O ainda bom...

Por que Santa Teresinha é conhecida mundialmente como "A Santa das Rosas"?

Por que Santa Teresinha é conhecida mundialmente como "A Santa das Rosas"?

No dia 11 de março de 1873, não sabendo mais o que fazer para curar sua pequena Thérése de uma atroz gastroenterite, Zélie Martin resolveu ir a Sémaillé, um vilarejo próximo a Alençon, à procura de uma senhora chamada Rose Taillé para ser a ama-de-leite de sua caçula.

Assim, de 16 de março de 1873 a 2 de abril de 1874, Teresa viveu nesse lugar onde os habitantes tinham um belo costume: presentearem-se, por qualquer motivo, com flores. É provável que a precoce convivência com esses odores tenha acendido em nossa santa uma paixão que jamais a abandonará: as flores, especialmente as rosas.

Em carta à sua prima Maria Gurérin, escrita no dia 18 de agosto de 1887, Teresinha vai afirmar seu amor pelas rosas: "Amo tanto uma bela rosa branca, quanto uma rosa vermelha".

Sentia-se feliz quando podia lançar pétalas de rosas para o alto quando passava o ostensório com o Santíssimo Sacramento. Madre Inês, sua irmã de sangue, relata que, no dia 14 de setembro de 1897, Teresinha ganhou uma rosa e a desfolhou sobre o crucifixo de forma muito carinhosa. Algumas pétalas caíram no chão da enfermaria. Muito seriamente, a santa teria afirmado: "Ajuntai bem estas pétalas, minhas irmãzinhas, elas vos servirão a dar alegrias, mais tarde... Não percam nenhuma..."

Seu prazer era atirar flores no grande crucifixo do pátio do Carmelo. Gostava de cobrir o seu crucifixo de rosas de forma muito cuidadosa, afastando as pétalas murchas. No entanto, não lançava flores em ninguém. Madre Inês conta que certa vez colocou-lhe rosas nas mãos, pedindo-lhe que as atirasse em alguém, como sinal de afeto. A santa recusou-se a fazê-lo. Ela só desfolhava e lançava rosas para seu amado Jesus.

Santa Teresinha aproveita a imagem da rosa para explicar um elemento importante de sua "Pequena Via": "Compreendi que o brilho da rosa... não tira o perfume da pequena violeta... Compreendi que, se todas as florzinhas quisessem ser rosas, a natureza perderia seu enfeite primaveril..." Por isso, ela conclui, Deus criou " os grandes santos que podem ser comparados.... às rosas". No jardim da vida há lugar para as humildes flores, as frágeis violetas, que não possuem o vigor e o perfume das rosas, mas mesmo assim enfeitam o mundo. As rosas são os gigantes da fé. As violetas são as almas pequenas que trilham o pequeno caminho.

Quem tanto amava as rosas, vai prometer, quase ao fim da vida, que fará chover rosas sobre o mundo. Com esta promessa estava se prontificando a interceder pela humanidade junto a Deus. Haveria de conseguir muitas graças e bênçãos junto ao Pai. Após sua morte os milagres irão se multiplicar. Ela prometeu continuar sua missão no céu, trabalhando para o bem das almas e não frustrou os que confiam em sua oração. Ainda hoje são muitos os relatos de curas, milagres e conversões realizados por intermédio da humilde carmelita.

Fonte:  http://www.santateresinha.net/Santa_Teresinha.html

Dia 1 - O Amor é tudo...

O Amor é tudo.
O Amor é eterno.

A caridade perfeita consiste em suportar os defeitos dos outros.

O mérito não consiste em dar muito, mas em amar muito.
Como é fácil agradar a Jesus, basta amá-L’o!

Dia 2 - Venho a Vós com confiança...

"Ó meu Deus, longe de me desencorajar à vista de minhas misérias, venho a vós com confiança..."

Como é doce chamar a Deus nosso Pai!

Dia 3 - Deus é mais terno que uma mãe...

Deus é mais terno que uma mãe.

Eu não posso ter medo de um Deus, que por mim se fez pequenino.

Dia 4 - Nos momentos de grande tristeza...

"Acho que nesses momentos de grande tristezas tem-se a necessidade de olhar para o céu em lugar de chorar..."

Dia 5 - Guardar a Palavra de Jesus...

"Guardar a palavra de Jesus, eis a única condição de nossa felicidade"

Dia 6 - Amar, não somente com palavras...

"... Compreendi que meu amor não se devia traduzir somente por palavras."

Dia 7 - Eis a minha missão, dar às almas o meu pequeno caminho...

A minha missão vai começar, a missão de fazer amar a Deus como eu O amo, de dar às almas o meu pequeno caminho.

Quero passar o meu Céu a fazer bem à terra.

Não posso descansar enquanto houver almas para salvar.

Deus não me daria este desejo de fazer o bem sobre a terra depois da minha morte, se não quisesse realizá-lo.

Dia 8 - Os mais belos pensamentos...

"Os mais belos pensamentos nada são sem as obras."

Dia 9 - O amor de Jesus é pouco conhecido...

"Como a bondade e o amor misericordioso de Jesus são pouco conhecidos!..."

Dia 10 - Deus não se cansa de esperar...

"O Bom Deus me fez compreender que existem almas que sua misericórdia não se cansa de esperar..."

Dia 11 - Um Caminhito Completamente Novo

Bem sabeis, minha Madre, que sempre desejei ser santa.
Mas, ai de mim! sempre verifiquei, ao comparar-me com os Santos, que há entre eles e eu a mesma diferença que existe entre uma montanha, cujo cume se perde nos céus, e o obscuro grão de areia pisado pelos pés dos caminhantes. Em vez de desanimar, disse para comigo: Deus não pode inspirar desejos irrealizáveis. Posso, portanto, apesar da minha pequenez, aspirar à santidade. Fazer-me crescer a mim mesma é impossível; tenho de suportar-me tal como sou, com todas as minhas imperfeições. Mas quero procurar a maneira de ir para o Céu por um caminhito muito direito, muito curto; um caminhito completamente novo.
(História de uma Alma, Ms C 2vº)

Dia 12 - Nossa alma, um outro céu, um santuário...

"Só temos o curto instante da vida para dá-lo ao Bom Deus..."

“Não é para ficar numa âmbula de ouro, que Jesus desce cada dia do céu, mas para encontrar um outro céu, o da nossa alma, onde ele encontra as sua delícias.

“Quando o demônio não pode entrar com o pecado no santuário de uma alma, quer pelo menos que ela fique vazia, sem dono e afastada da comunhão.”

Dia 13 - Maria é mais mãe do que rainha...

"Sabemos muito bem que a Virgem Santíssima é a rainha do céu e da terra, mas ela é mais mãe do que rainha"

Dia 14 - Imitai Maria...

"Prestai atenção ao que faz Maria; imitai-a... e esse Deus de bondade recompensará vossa fé"

Dia 15 - O amor é tudo...

"Compreendi que o Amor englobava todas as vocações, que o Amor era tudo..."